Momento Espírita
Curitiba, 05 de Dezembro de 2025
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ícone A grandeza da humildade

O jovem magro, de rosto ossudo e um penteado de seda de milho assistia à conferência da Sociedade Alemã de Física, em Leipzig. Corria o ano de 1930.

Depois do ótimo discurso de Albert Einstein, explodiram os aplausos.

Então, o presidente da Associação tomou a palavra, elogiou profundamente a oratória do convidado ilustre e perguntou se alguém teria uma pergunta a fazer.

O silêncio tomou conta do salão. Afinal, quem ousaria questionar um dos físicos mais respeitados do mundo?

Mas o rapaz russo, sentado na última fileira, levantou sua voz juvenil e deixou o público fascinado ao observar:

O que o professor Einstein disse não é tolice, mas a segunda equação que ele escreveu não decorre da primeira.

Na verdade, requer outras suposições que não foram feitas e, o que é pior, não satisfaz um critério de invariância, como deveria ser.

As cabeças se voltaram para a voz ousada e desafiadora que submergiu todos em descrença. Naquele momento, somente imaginavam quem poderia ser o ousado interlocutor.

Einstein ficou quase paralisado, enquanto sua mão coçava, mecanicamente, seu bigode.

Imergiu profundamente seu pensamento na dita equação errônea no quadro-negro.

Depois de uns sessenta segundos ou mais, ele se virou, admitiu o erro e disse:

A observação desse jovem está perfeitamente correta. Peço que esqueçam tudo o que eu disse.

Naquele dia, dessa maneira, Albert Einstein demonstrou o tipo de humildade que o conhecimento genuíno confere a qualquer recipiente de carne que o abrigue. Foi a mais extraordinária lição do dia.

Embora a plateia não soubesse, aquele jovem se chamava Lev Davidovich Landau.

Tornou-se um físico renomado por suas contribuições em diversas áreas da Física teórica, especialmente na Mecânica Quântica e na Física de baixas temperaturas. 

Recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1962 por sua teoria sobre a superfluidez do hélio líquido.

*   *   *

O ocorrido nos remete a duas grandes reflexões. A primeira é o respeito que devemos a quem está ao nosso lado.

Sua aparência, sua maneira de vestir podem não falar da sua grandeza. Nunca sabemos se essa criatura é ou se tornará muito importante para o mundo.

Aprendamos, portanto, a olhar mais a essência e menos a superficialidade que nossos olhos veem.

A segunda e mais excepcional é a humildade, que nos deve vestir todas as ações, jamais nos acreditando os portadores da verdade, aqueles que tudo sabem e que, de maneira alguma, podem ser analisados, questionados ou corrigidos.

Humildade é palavra de ordem para quem se propõe a crescer, até alcançar as estrelas.

Ela se identifica pela meiguice. Oferece plenitude quando tudo conspira contra a paz.

Com ela, o homem adquire grandeza interior e se eleva, levando consigo a Humanidade inteira.

Na humildade, descobrimos que a verdadeira grandeza não está em dominar, mas em servir. Não em aparecer, mas em ser.

Quem se esvazia de si, enche-se do divino. Assim, a humildade nos aproxima de Deus, e nos torna mais plenos e serenos, em paz com nosso lugar no Universo.

Redação do Momento Espírita com base em texto
 do livro
The ABC's of Science, de Giuseppe Mussardo, ed.
Springer Nature, e no cap. 28, do livro
Convites da vida, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 17.10.2025

 

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