Momento Espírita
Curitiba, 05 de Dezembro de 2025
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ícone Os pequeninos de Jesus

Os pequeninos

Pipas soltas no azul

Papel de pouca seda

Madeira leve

Goma comum.

 

Sobem tão fácil

Sobem tão ágeis

E olham do alto

Os passos no asfalto

Passos tão frágeis.

*

A pipa, papagaio de papel, quadrado ou arraia é uma invenção curiosa. Usa a força do vento para voar enquanto é mantida presa por um fio seguro pelo operador. Conforme o modelo, pode ter uma rabiola ou rabo.

Não nasceu como brinquedo de criança. Consta na História que a pipa é uma invenção chinesa, que data de três a quatro mil anos.

Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares.

Foram os primeiros objetos voadores que o ser humano colocou no ar.

Curioso é que eram feitas de seda e bambu, os materiais mais leves possíveis. Hoje, mesmo com tantos avanços, as pipas mantêm a sua essência: para voar, é preciso estar leve.

O poema que nos fala dos pequeninos, os pequeninos de Jesus, compara-os às pipas, feitas desse material sutil: o papel de seda, a madeira leve e a cola comum.

Jesus se utilizou da imagem da criança para ensinar ao homem que deveria ser semelhante a ela:

Deixai vir a mim os pequeninos. Não os impeçais, pois o reino dos céus pertence aos que são semelhantes a eles.

Aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.

Jesus toma a infância como emblema da humildade e da pureza de coração.

Ele quis dizer que precisamos ser humildes, receptivos, esvaziarmo-nos de todo conteúdo de vícios de eras passadas e receber a mensagem do amor como se fôssemos novos, crianças, ouvindo pela primeira vez.

Quis dizer que precisamos viver com simplicidade. Tornando-nos seres complicados, fizemos de nossas vidas, de nossos sentimentos esquemas complexos demais e, por isso, adoecemos.

Jesus declarava com todas as letras: Voltem ao início. Lá está a chave. Vivam com mais simplicidade.

A pipa, para voar, precisa de muito pouco.

Experimente começar a rechear uma pipa com penduricalhos e mais penduricalhos, adereços e mais adereços, enfeites aqui e ali e veja se ela voa...

Não, ela só levanta voo caso se mantenha simples: o papel de seda leve. A madeira mais leve possível.

Perceba como enchemos a nossa vida de tantas coisas, tantas supostas necessidades, enfeitamos a nossa pipa em demasia e então reclamamos que ela não voa.

Torna Jesus a lembrar: Observe a pipa mais simples. Observe os pequeninos. Veja como ela vai alto, sem alarde e sem exibicionismos.

Resgatemos em nós esses tesouros da infância, quando tudo era mais simples, quando não tínhamos reservas com as pessoas, quando fazíamos amizades facilmente, quando brincávamos e nos divertíamos com aquilo que tínhamos e éramos felizes.

Simplicidade e pureza de coração.

Como resgatar isso em nossa existência? Pensemos sobre isso. Tracemos planos, busquemos estratégias de conexão com essas virtudes que permanecem adormecidas em nossa alma.

Os pequeninos. Lembremos sempre dos pequeninos de Jesus.

Redação do Momento Espírita com base no poema
 
Os pequeninos, de Andrey Cechelero, e citação do
Evangelho de Mateus, cap. 19, vers. 14.
Em 18.10.2025

 

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