Senhor,
Silencia toda essa tempestade.
Acalma o raio e o trovão.
Em teu barco bom nos guarde.
Somos nada, nada sem as tuas mãos.
Senhor,
Silencia toda essa iniquidade,
Que assusta, grita, tão feroz.
Sopra os ventos de bondade,
E nos fala... Somos mais com Tua voz.
Em tempos de tantas tempestades, tempestades na alma e no mundo, vale recordar a bela passagem narrada pelo evangelista Mateus, sobre a grande tormenta que ocorreu no mar.
Atravessavam, Jesus e alguns discípulos, o mar da Galileia, quando foram surpreendidos por águas revoltas e um céu estrondoso.
O barco que utilizavam já estava sendo coberto pelas ondas e se instalou o pânico.
Curiosamente, Jesus dormia, tranquilamente.
A pequena tripulação, incomodada, despertou o Mestre, dizendo: Salva-nos, estamos perecendo!
Jesus, muito tranquilo, então lhes disse: Por que estais temerosos, homens de pouca fé?
Levantou-se, repreendeu os ventos e acalmou o mar. Então, sobreveio grande calmaria.
Os discípulos se maravilharam: Que tipo de homem é este que tanto os ventos quanto o mar lhe obedecem?
* * *
Há alguns aspectos a serem observados nessa passagem evangélica.
Será que continuamos a ser essa mesma tripulação, apavorada, temerosa, os tais homens de pouca fé?
Eles estavam com Jesus no barco. Que mal poderia lhes acontecer?
A fé daqueles homens ainda era frágil. Jesus lhes mostra que estavam seguros, pois estavam com Ele.
Foi mais um teste, mais uma prova.
E como estamos nós?
Ainda achando que Jesus está dormindo no barco e que tudo vai perecer?
Ainda dizendo que o mundo não tem jeito e que terminaremos todos desalentados, abandonados, uns jogados contra os outros, num apocalipse cruel?
Ainda achando que, em nosso íntimo, lá onde as tempestades também castigam, estamos completamente sós?
Se achamos isso, acordemos Jesus.
Despertemos o Mestre e digamos: Perdão, Senhor, a tempestade nos assusta e precisamos de ajuda para dar conta de um mar tão revolto.
Nossa fé ainda é vacilante, mas cremos em Ti. Cremos que juntos podemos salvar esse barco.
Enquanto Tu acalmas a tempestade, nós, quem sabe, possamos retirar a água da embarcação, possamos remar para longe, possamos ajudar acalmando os irmãos de travessia.
Cremos em Ti, Senhor. Sabemos o quão grande Tu és e que estás conosco, no mesmo barco.
Ensina-nos a ter, pelo menos, uma mínima porção da Tua fé, da Tua força. Ensina-nos a acalmar as tormentas. Ensina-nos a ter essa segurança.
Já nos sentimos mais fortes, já nos sentimos mais fortalecidos apenas em saber que estás conosco, que não há oceano turbulento que Te faça oposição, pois és o Caminho, a Verdade e a Vida.
Agradecemos, Senhor, por fim, por todas as vezes que despertaste, sem mesmo sabermos, e nos vieste acudir.
Agradecemos por tantas vezes ter silenciado a borrasca lá fora e aqui dentro, afirmando-nos, no imo de nossa alma tão frágil, que tudo acabaria bem.
Redação do Momento Espírita, com base
no Evangelho de Mateus, cap. 8,
versículos 23 a 27 e em poema
de Andrey Cechelero.
Em 14.11.2025
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