Quando ansiosos, vivemos num tempo que não existe.
Viver num tempo que não existe, na nostalgia de um passado que já foi ou na agonia de um futuro que ainda não é, é como se não existíssemos.
Isso mesmo. Quando em estado de ansiedade, psiquicamente, estamos não existindo.
Imaginemos o centro de uma grande cidade: carros, pessoas nas ruas, nos prédios e estabelecimentos.
Então, vamos percebendo que algumas delas desaparecem, assim, do nada. Somem, deixam de estar ali onde estavam.
Parece uma cena de filme ou série de ficção. Mas é quase uma realidade, quando pensamos em termos emocionais e psicológicos.
Se não estamos ali, presentes, naquele instante, realizando aquela tarefa, com foco e disposição, é como se naquele instante, não existíssemos.
Onde estaríamos? Falamos que a cabeça está em outro lugar. Que lugar seria esse? Um lugar que não existe, que nossa ansiedade inventa por diversas razões.
Se estamos tomando nosso café da manhã, mas não estamos saboreando o que ingerimos, nem prestamos atenção nas pessoas que estão ao nosso lado, é como se nesse momento nos tornássemos invisíveis. Não estamos ali.
Pode parecer absurdo, drástico, mas quem sabe assim entendamos o quão grave é não viver o agora, não estar com as energias aplicadas em tudo o que fazemos e viver bem cada momento, extraindo tudo que ele possa nos dar.
Isso vale para momentos bons e ruins, pois ambos são nossos professores.
Se estamos no trânsito, ouvindo essa mensagem, ou em casa, mas nossa mente está nas questões que deveremos resolver logo mais, no problema de saúde que poderá vir a ocorrer, no medo de algo que está para chegar, estamos invisíveis.
Invisíveis para nós mesmos. Vivendo num tempo que não é nosso nem de ninguém.
Jesus, em Sua sabedoria, percebia essa nossa tendência de viver em outro tempo. Por isso, prescreveu:
Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
O Mestre não condena o planejamento, nem o sonho, mas a inquietação.
Quando pensarmos no ontem ou no amanhã nos inquietando, aí estará a ansiedade, aí estará o mal.
Como podemos constatar, desde recuados tempos tínhamos esse costume. Por isso, o Mestre precisou nos alertar: Calma, o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Em outras palavras, estava dizendo: Quando for amanhã, vocês cuidarão do amanhã (que será o novo hoje).
Basta a cada dia o seu mal. Temos tantas questões a resolver, tantas inquietações, desassossegos a serem resolvidos no tempo presente, então, por que estamos trazendo esses tormentos antecipados para nossas vidas?
Cuidemos de nossa ansiedade. Suas consequências têm levado nossa paz e saúde. Busquemos ajuda, busquemos recursos para administrar nossas emoções.
Tenhamos fé. Sejamos confiantes. O mesmo Mestre que falou da inquietação pelo dia de amanhã também nos deu uma linda mensagem de tranquilidade, falando dos lírios do campo e das aves do céu.
O Pai os sustenta, como sustenta a todos nós. Por que, então, andarmos ansiosos?
Redação do Momento Espírita com base no
Evangelho de Mateus, cap. 6, vers. 25 a 34.
Em 2.12.2025
Escute o áudio deste texto