Momento Espírita
Curitiba, 08 de Dezembro de 2025
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ícone A coragem da decisão

Existem heróis anônimos, aos quais devemos condições melhores de vida ou mesmo nossa própria existência.

São criaturas que tomam decisões pensando essencialmente no todo e não em si mesmas. Por vezes, até em detrimento delas próprias.

Lembramos do tenente-coronel da Força Aérea soviética, Stanislav Petrov.

Possivelmente, a maioria de nós jamais tenha ouvido falar a respeito dele. No entanto, bilhões lhe devemos a vida.

Vivia-se a tensão da guerra fria. O mundo se encontrava à beira do apocalipse.

Estados Unidos e União Soviética estavam prontos para destruir um ao outro com ogivas nucleares. Bastava um único erro. Um alarme falso. Uma decisão apressada. Um clique.

E seria o fim da civilização como conhecemos.

Na noite de 26 de setembro de 1983, Stanislav Petrov estava de plantão num bunker secreto, próximo a Moscou. Sua função era monitorar os satélites de alerta precoce de mísseis balísticos nucleares.

De repente, o sistema acusou que um míssil nuclear havia sido lançado contra a União Soviética. Segundos depois, outros quatro foram detectados.

A sala entrou em alerta máximo. A lógica era clara: responder de imediato, lançando um contra-ataque nuclear. Assim estabelecia o protocolo.

Petrov tinha minutos para confirmar o alerta, o que, de imediato, desencadearia uma retaliação automática russa. Milhões de americanos, europeus e soviéticos morreriam em questão de minutos.

A guerra nuclear estaria implantada.

O homem de bom senso raciocinou antes de agir de forma impensada. Algo, no todo, não fazia sentido.

Se aquilo fosse um ataque real, os Estados Unidos teriam lançado dezenas de mísseis, não apenas cinco. Além disso, os radares terrestres não confirmavam nenhum impacto.

Ele desobedeceu ao protocolo, assumiu o risco e relatou ao alto comando: Alarme falso.

E o planeta foi salvo.

Depois, seria verificado que se tratava de um erro do sistema. Os satélites haviam confundido o reflexo do sol nas nuvens com lançamentos de mísseis.

Ele teve nas mãos o destino de bilhões de vidas, ponderou e decidiu não apertar um botão.

Deveria ter sido condecorado, no entanto, foi repreendido por não preencher os relatórios corretamente.

Ele viveu em um modesto apartamento russo até sua morte em 2017.

Para todos nós, ele foi o homem que nos deu uma segunda chance.

O importante disso é lembrarmos que foi um homem, um ser humano que fez a grande diferença, naquela noite. Não foi uma máquina, nem foi alguém no comando da nação.

Foi um homem que, diante da responsabilidade de destruir o mundo, optou por questionar, pensar, analisar o todo.

Um homem que demonstrou o quanto a decisão acertada pode influenciar o destino de bilhões de pessoas.

Um exemplo que nos leva a lembrarmos da importância do ser humano sensato, ponderado, responsável.

Aquele que, tendo em suas mãos muitas vidas, usa do talento precioso que se chama inteligência. Também da valiosa intuição.

Ficamos a imaginar que Espírito amigo da Humanidade deva ter estado ao lado daquele homem sensato. E ele o ouviu.

Graças a Deus.

Redação do Momento Espírita, com base
 em dados biográficos de Stanislav Petrov,
 colhidos em vários sites.

Em 8.12.2025

 

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